Pensando a relação com os filhos

22.Abril.2022
 
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A Escola da Família, promovida pelo Colégio Divino Salvador de Jundiaí, São Paulo, realizou encontros com pais durante o primeiro semestre de 2022. Um espaço aberto para discussões e incentivo à reflexão sobre a relação familiar. A mediação por parte da Coordenação Pedagógica lançou um novo olhar sobre muitas ações e sentimentos dos pais que, quando cuidados, podem auxiliar muito no crescimento da criança.

É na primeira infância, que a criança constrói sua personalidade, desenvolve sua autonomia e começa a descobrir recursos emocionais para lidar com seus sentimentos. Por isso, é importantíssimo repensar a maneira que lidamos com os filhos desde a tenra idade. Durante os encontros, reflexões foram lançadas aos pais, que puderam debater e compartilhar suas próprias experiências. Questões tais como:
Será que minha forma de agir contribui para que meu filho cresça mais fortalecido emocionalmente?
        • Será que eu entendo que se deparar com diferenças e adversidades é necessário para o desenvolvimento humano?
Como encontrar o equilíbrio entre afeto, carinho, construção de limites e amor?

Dentro desse diálogo, uma angústia relatada por vários pais foi a preocupação com o privar, o faltar. Aquela antiga ideia de: tudo que eu não tive, meu filho vai ter. Embora comum, essa cultura pode ser perigosa, pois faz com que pais foquem a vida em satisfazer todas as expectativas, e não apenas as necessidades, do filho. Uma análise breve sobre os cinco tipos de pais (autoritários, permissivos, autoritativos, negligentes e superprotetores) direcionou a conversa. Evandro Grioles, diretor pedagógico, alertou: "Entendemos que, muitas vezes, flutuamos entre dois ou mais tipos, dependendo da situação e de nossa própria condição emocional, e que cada personalidade impacta o filho de maneira diferente, um reflexo dos pais, que nem sempre é positivo.”

No segundo encontro partimos da definição de socialização: o processo pelo qual o indivíduo aprende a ser membro de uma sociedade. Novamente, a primeira infância é o tempo ideal para desenvolver os saberes e valores iniciais de socialização, noções culturais e regras sociais. Muitas dessas noções não podem ser ensinadas apenas por palavras, mas é o exemplo que vai ditar o comportamento da criança.

Lia Mara, coordenadora pedagógica, explicou: “Socialização primária é tarefa familiar e por isso, muitas vezes, a criança chega incompleta na escola, restrita a uma forma míope de ver o mundo, reflexo do universo em que vive. A criança vai expressar o que aprendeu em casa, e com isso, a instituição de ensino precisa constantemente se adaptar. Quando a escola apresenta um olhar diferente sobre seus filhos, muitas vezes isso gera certo sofrimento aos pais.” Durante os diálogos, destacamos a importância de abrir espaço para conversa, ressignificar as diferenças e não permitir que a criança se isole no mundo virtual.

Será que consideramos nossos filhos como pessoas individuais ou como uma extensão de nós mesmos? Essa pergunta norteou o terceiro encontro. Quando há a chegada de uma criança o casal pode ter expectativas diferentes e o medo da mudança pode vir carregado de uma ideia de renúncia pessoal, abrir mão de si mesmo, pensar a sua própria vida a partir da vida do filho ou filha.

O mediador Onésimo Soares destacou que “considerar o filho como extensão de si próprio pode ser muito frustrante para a criança. Mãe e Pai se vêem como modelo a ser seguido, a partir dos seus conceitos de certo ou errado moldam o filho e ele vai funcionar apenas por imitação. Inseguro de quem realmente é, do que gosta e do que almeja para a vida.”

Por outro lado, quando consideramos o filho como pessoa individual, com uma constituição e necessidades diferentes, o papel dos pais passa a ser de referência, um norteador para as ações da criança, permitindo que ela desenvolva sua própria personalidade. Isso envolve dar ao filho a oportunidade que ele precisa para exercer a autonomia.

O quarto encontro tratou do tema “Ajuda ou Facilitação”. Com 1 e 2 anos é necessário que os pais façam junto com os filhos muitas das tarefas rotineiras. Já com 3 e 4 anos podemos apenas estar ao lado da criança enquanto ela toma a frente em executar atividades. Com 5 e 6 anos a criança geralmente já tem capacidade de fazer sozinha muitas das ações diárias.

Laura Biagi, psicóloga escolar explicou: “Os pais que não respeitam esse crescimento, que são sempre facilitadores, podem pensar que estão ajudando, mas na verdade colaboram para que o filho esteja aquém do que ele pode e consegue. Filhos com pais facilitadores desenvolvem poucos recursos para resolver problemas e lidar com a dor. Sua autonomia é lenta e gradativa. Essa criança sente um choque ao chegar na escola, espaço onde o “não” é constante.” A Escola da Família incentivou os pais a refletirem nas perguntas:

Sempre me pego pensando: será que meu filho dá conta?
Quais são os meus receios em deixar que meu filho tenha autonomia?
Como posso me tornar desnecessário para meus filhos?


O engajamento dos pais nos encontros da Escola da Família reflete a importância que o Colégio dá para a parceria entre pais e responsáveis, equipe escolar e alunos. No Divino, esse tripé trabalha junto para o desenvolvimento da criança e isso só tem a somar para o futuro de nossos alunos! Então, não perca o segundo módulo e participe também dos encontros e discussões!

 
 
 
 
 
 
 
 
 
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